terça-feira, 26 de abril de 2011

A estratégia da nVidia

Tegra 2

A nVidia, tradicionalmente associada às placas 3D. Está que por muitos anos dominou o mercado de tecnologia 3D, sofrendo muitos ataques da ATI, SiS, Intel e outras. Mais a partir do momento que a AMD adquiriu a ATI, a coisa começo a mudar, a AMD começo a investir no desenvolvimento e fabricação de GPUs, com isso fez com que a nVidia perdesse espaço no mercado. Para piorar ainda mais a situação o próprio mercado das GPUs dedicadas está sendo ameaçado pelo Sandy Bridge e das APUs da AMD, que mesmo não sendo tão bom quanto as GPUs dedicadas, oferecem ótimos desempenhos aos jogadores ocasionais, o que acaba convencendo muitos a deixar de comprar uma GPU dedicada.
Percebendo o declínio de seu principal negócio, começou a investir em outras duas frentes. A primeira é o mercado de HPC (supercomputadores), pois as GPUs podem oferecer diversas vantagens em relação as CPUs
A segunda frente é o lançamento de SoCs, que se baseiam em processadores ARM, que são utilizados em smartphones, tablets e outros dispositivos móveis, o que pode se tornar o principal produto da empresa nos próximos anos.
Em 2008 a nVidia lançou o nVidia Tegra, que foi a combinação do processador ARM11 com uma GPU bastante poderosa,  que além do forte desempenho 3D era capaz de gravar e exibir vídeos 720p com processamento via hardware, possuía suporte a saída HDMI e outras coisas mais. Mais acabou sendo ignorado pelos fabricantes de smartphones, pois os mesmo já estavam interessados nos Andróides e a nVidia atrelou fortemente o desempenho do chip ao Windows Mobile.
Em 2010 a nVidia apresentou o Tegra 2, um chip infinitamente mais poderoso, que já combina dois processadores ARM Cortex-A9 com uma GPU duas vezes mais poderosa que a do Tegra original, e que é capaz de oferecer um desempenho de 20 a 30% a mais que os equipamentos dos concorrentes, além de decodificar vídeos 1080p via hardware.  Apesar de apresentado em 2008, só chegou ao mercado em 2011, devido a imprevistos na sua produção. 

O Córtex A9 e bem diferente do Córtex A8 que é utilizado nos aparelhos atuais. A principal novidade é o suporte à multiprocessamento, que permite o desenvolvimento de SoCs com dois ou quatro núcleos, ele também possui muitas mudanças estruturais.
A principal foi a mudança de uma arquitetura in-order (como no Pentium e no Atom) para uma arquitetura out-of-order (como nos demais processadores atuais), mantendo o processamento de duas instruções por ciclo. Manter uma arquitetura fora de ordem, oferece desempenho superior, mais aumenta a complexidade e diminui a eficiência energética do chip.
Em uma estratégia similar à adotada nos desktops, a nVidia já trabalha em parceria com desenvolvedores para que seja lançado jogos exclusivos para Tegra 2, que seriam comercializados “através Zone”.
O Tegra 2 inclui também suporte a aceleração de vídeos e animações em Flash usando a GPU, parecidos com o que o flash 10.1 faz nos desktops, isso faz com que o problema de baixo desempenho seja completamente resolvido e ameniza o alto consumo de energia ao visualizar as páginas com o flash. O que faz com que os smartphones ofereçam algo mais próximo aos desktops.
Foi incluído também um ISP (image signal processor), que permite que o chip processe imagem de 12 MP em apenas 3 segundos (contra 9 a 10 segundos em outros SoCs atuais).
O primeiro aparelho com o Tegra 2 a chegar ao mercado é o LG Optimus 2X, que oferece uma série de melhorias em relação aos aparelhos da safra atual:
LG Optimus 2X

Além do melhor desempenho geral, o segundo núcleo permite que ele decodifique vídeos 1080p até mesmo via software (no caso dos codecs sem aceleração via hardware) e ofereça uma experiência de navegação bem à frente da de outros aparelhos.
A aderência do Tegra 2 está sendo muito forte, tanto para smartphones quanto para tablets, o que não é de se surpreender.
Assim como fez no Tegra 1, a nVidia está orientando o Tegra 2 fortemente a um único sistema operacional, mas dessa vez em vez de escolherem o finado Windows Móbile, que acabou fazendo com que o Tegra 1 não fosse a frente, optaram pelo Android.
A ênfase da nVidia no Android justifica-se pelo fato de exceto o próprio android e dos iOS, todos os outros sistemas operacionais móveis estarem em extinção. Como Apple usa um chip próprio, a única forma de entrar no mercado é utilizando o Android.
Outro fator por trás da estratégia da nVidia é a idéia de que os smartphones possam começar a ser usados no lugar do PC para tarefas leves.
Para a nVidia, os computadores portáteis serão substituídos pelos smartphones, conectados a monitores até o final da década. Mesmo desconsiderando essa possibilidade, as estatísticas apontam para uma crescente assustadora no número de smartphones com android vendidos nos próximos anos, estima-se que até 2015 ultrapassem mais de 300 milhões de unidades anuais. Dado os avanços fica a promessa de um Tegra 3 quad-core para o final do ano.

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